Garotas de Tóquio, Frédéric Boilet.

Aproveitei uma promoção no Submarino (que eu não recomendo comprar nada que você não consiga superar se vier estragado ou USADO, mas isso é conversa para um próximo post) e comprei algumas histórias em quadrinhos que desejava a algum tempo.
Entre eles, comprei o Garotas de Tóquio, HQ que já havia namorado a mais de três anos atrás na Kingdom Comics. Imagino que de lá para cá alguma coisa mudou, porque eu realmente não gostei da HQ. Acho que ao ler tantas críticas, fiquei esperando demais, sabe?
Eu adorei o clima da história. Acho que japonesas, seja pela paixão pela cultura ou o exótico, já chamam muita atenção. O fato do Fréféric ser um francês eradicado no Japão me fascina como algo que gostara para mim. O choque das culturas é algo tão rico, algo que pode despertar tantas coisas, que não tem como não exercer a antropofagia.
Esse aspecto é nítido e muito lindo da HQ, mas o desenho... ah, cara, não dá. Essa coisa de desenho sob fotografia perde muita organicidade dos quadros e por se tratar de algo delicado, acho indispensável. A mesma técnica para uma HQ sobre guerra ou algo mais realista é compatível, não para sexo, sorry.
Irei argumentar um pouco mais sobre isso:

Primeiro há o fator fetiche e o fator lúdico que não foram abordados da forma que EU acho mais coerente. O fetiche sob o tema é impecável, mas, espero que vocês concordem, ler um quadrinho que eu conseguiria desenhar em, no máximo, uns dois dias não é algo que me agrade visualmente. Ah, mas o desenho age como uma camada que trás o anonimato para algo que aconteceu, ou não. Essa dúvida sobre o que foi feito e o que foi inventando trás o fetiche e blablabla. Mas não foi feito de modo lúdico, pô! Não rolou o devaneio, não consegui me colocar no lugar do fracês taradinho, porque eu tinha certeza que aquilo tudo era verdade. Então, para que desenhar, literalmente, sobre isso?
Gansos brancos e pintas escondidas
Não é uma questão de usar referência ou não. Em Gansos brancos e pintas escondidas fiquei completamente satisfeita com o equilíbrio entre temática-poética-técnica. Sabemos que algo realmente ocorreu, mas a própria indagação da japinha quanto seu anonimato já nos trás dúvidas. O autor assume isso e entramos na brincadeira. As cenas imagéticas e as baseadas em fotografia são claramente reconhecíveis, mas são bem homogêneas. Nas outras histórias, a fotografia prevalece e perde todo o clima lúdico.

Em suma, amei profundamente as histórias. São tão sinceras e humanas que ao ver o desenho não explorado como deveria, fiquei muito triste. A minha impressão é de que o autor só deu dedicação a 50% e os outros foram feitos na coxa. Irei, eu mesma, romantizar as MINHAS japinhas! Pronto, falei. Beijos.

2 comentários:

  1. Realmente Garotas de Tóquio não é nem metade do potencial do Frederic! Espinafre de Yukiko tá aí pra provar que ele consegue explorar muito mais as fotos de referência sem deixar a hq parecendo um registrão fotográfico.
    Poosta maais mai! sempre venho aqui procurando coisas @_@

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  2. O Espinafre da Yukiko é uma historia mais completinha e mais fofura. Tambem nao me agradou TANTO a arte do cara, mas eu gostei tanto das historias que relevei e me acostumei. Eu gosto como ele materializa certos pensamentos, fica bem feito. Entao assim, o Frederic nao é um genio do desenho, mas ah.. a narrativa dele agrada bastante!

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