Ópium: Egy elmebeteg nö naplója, János Szász

János Szász nasceu na Hungria e se formou diretor de teatro pela Academy of Theater and Film Arts em Budapeste. Atualmente trabalha nos EUA no American Repertory Theater e dirigiu espetáculos como o Alice VS Wonderland e Mãe Coragem e seus filhos.
Seu currículo faz jus às críticas sobre a interpretação dos atores - Kirsti Stubø ganhou a premiação de melhor atriz no Festival Internacional de Moscovo e no Fantasporto, em Portugal. O filme também chama atenção por sua fidelidade no figurino e indumentária utilizada nos centros clínicos.

A trama se passa no início do séc XX, onde a psicanálise freudiana ainda não era unânime no tratamento de problemas mentais. Josef Brenner vai trabalhar como médico psiquiatra numa clínica que ainda é utilizado métodos tradicionais como imersão em água fria, lobotomia e os bons e velhos choquinhos para fazer o neurônio funcionar corretamente. A agressividade desses métodos é tão grande que desejamos imensamente que Brenner tenha sucesso com seus pacientes. Só que o fato dele ser um escritor de histórias eróticas frustrado e um viciado em morfina e ópio acaba atrapalhando um pouco.
Para piorar, Gizella, uma de suas pacientes VIRGEM, escreve compulsivamente sobre como o Coisa-ruim abusa sexualmente dela.

A relação dos dois foi muito romantizada e Brenner, que tinha tudo para ser um personagem extremamente complexo, acaba sendo muito linear em suas reações e cai em alguns clichês de médico bonitão e enigmático. Ele é muito indiferente sobre seu vício e não passa credibilidade como analista. Gizella arrasta toda a trama com seus altos e baixos e não deixa o filme ficar totalmente desinteressante. Imagino que alguém menos acostumado a filmes realmente dramáticos, viscerais, perturbadores fique satisfeito, mas sempre que Brenner comia uma enfermeira ou rolava uma briguinha eu ficava mó blé, grandes coisa. O final tenta salvar alguma coisa, mas depois de tanto nhé nhé nhé, não foi suficiente.

Se na narrativa, o filme morre na praia, o resto consegue compensar. Os detalhes do cenário e do figurino nos enchem os olhos e a música é primorosa. Não assistam querendo um bom filme, porque esse é SÓ mais um bom. Uma pena...
Só é obrigatório para quem já jogou Americans McGee's Alice porque esse climinha de hospital psiquiátrico vai dar uma saudaaaaaaade!

OBS.: O filme é de 2007, mas o vi na seção de lançamentos da minha locadora cativa. Em outros casos, é fácil achar por torrent.



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